Álbum "Encontro de Mestres" traz registro inédito de duo de Izaías do Bandolim e Luizinho 7 Cordas

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O álbum Encontro de Mestres, novo lançamento pelo Selo Sesc, marca um momento histórico no choro paulista: pela primeira vez, dois dos nomes mais respeitados do gênero, o bandolinista Izaías do Bandolim, e o violonista Luizinho 7 Cordas, registram juntos em estúdio a sonoridade única de seus instrumentos. O álbum chega em formato físico e digital em 3/10 nas principais plataformas de áudio e nas Lojas Sesc. Os músicos também lançam o álbum em dois shows em outubro: 24/10, sexta-feira, no Sesc Belenzinho, e 26/10, domingo, no Sesc Taubaté.
 
A reunião foi idealizada em junho de 2018 pelos produtores Ricardo Valverde e Swami Jr., colocando-os frente a frente e deixando-os à vontade para tocarem como quisessem. Sete anos depois, o resultado chega ao público como um trabalho inédito que celebra além da excelência musical de ambos, o amor comum pelo choro.

Apesar do desafio de gravar em duo, especialmente um encontro inédito, o álbum transparece a sintonia dos dois músicos. Gravado praticamente sem ensaios e, segundo comenta Izaías entre risos, “numa brincadeira”, o disco confirma a entrega de ambos às suas almas musicais, o domínio dos dois chorões para com seus instrumentos, e a destreza e naturalidade de abraçarem as linguagens um do outro para criarem algo juntos.
 
Hoje aos 88 anos, Izaías do Bandolim é referência da tradição paulista de choro, herdeiro dos ensinamentos de Jacob do Bandolim, com quem aprendeu a buscar uma voz própria. Fundador do conjunto Izaías e Seus Chorões, criado nos anos 1970, consolidou-se como um dos solistas mais expressivos do país, reconhecível em poucos compassos por sua palhetada elegante e identidade inconfundível.

Luizinho 7 Cordas, por sua vez, nascido em 1946, é considerado um dos grandes continuadores da tradição de Dino 7 Cordas. Com mais de mil arranjos e centenas de gravações, deixou sua marca ao lado de nomes como Beth Carvalho, Gilberto Gil, Dona Ivone Lara, Geraldo Filme, Quinteto em Branco e Preto e Emicida. O músico construiu uma linguagem própria para sete cordas, explorando baixarias, contrapontos e harmonias que dialogam de maneira orgânica com os solistas.

No repertório de Encontro de Mestres, clássicos do gênero convivem com obras menos conhecidas, todas, no entanto, exaltando da mesma forma o choro brasileiro. Pixinguinha aparece com “Vou vivendo” e “Ingênuo”; Jacob do Bandolim com “Doce de coco” e “Vibrações”; Fon-Fon e Mário Rossi com “Murmurando”. Há ainda “Terna saudade”, de Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense, “Flauteando na chacrinha”, de Altamiro Carrilho e Ary Duarte e “Só tu não sentes”, de Costinha. Mostrando também seus lados compositores, para além de intérpretes, o duo contribuiu com composições próprias: Izaías com “Lembranças de mim” e Luizinho em “Noites brancas”.

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