Samba de primeira grandeza: Karinah lança álbum com a benção de Zeca Pagodinho

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A cantora Karinah ganhou uma luz pra guiar sua estrada: Zeca Pagodinho é o padrinho do mais novo trabalho da curitibana de alma carioca. Com distribuição digital pela Universal Music, o álbum “Meu samba” chega às plataformas nesta quinta-feira, 22 de maio, reunindo, em dez faixas, mais do que o ritmo preferido de Karinah. É uma síntese de toda a sua essência, como ela própria define: “Esse trabalho mostra muito de mim e de tudo o que estou vivendo hoje. Sou apaixonada e intensa. Falamos de amor, religião, acolhimento, amizade e inspiração”, diz a cantora, que completa 44 anos no dia 19.

A aproximação com Zeca teve início em março do ano passado, quando Karinah, já com quatro álbuns lançados, se apresentava no Rio de Janeiro, em um dos 33 shows da turnê de Alcione da qual participou por várias regiões do país. Na plateia, Zeca encantou-se com o que ouvia. Nascia ali mais que uma amizade. Karinah foi convidada para um almoço no Bar do Zeca, na Barra da Tijuca, e, ao chegar lá, compositores de samba com presença constante nos álbuns do novo padrinho a esperavam para mostrar suas músicas. “Foram feitas duas audições no bar. Fiquei enlouquecida com tanta coisa linda que ouvi”, diz ela, apresentando uma justificativa para o acolhimento: “Foi uma mulher, Beth Carvalho, que jogou Zeca no mundo. Por gratidão, ele escolheu outra mulher, ele me escolheu.

Max Pierre, o reconhecido homem de mais de 60 milhões de discos vendidos, foi o primeiro nome a entrar no álbum de Karinah, pelas mãos de Zeca. O produtor artístico já estava firme e forte no encontro inaugural para escolha do repertório e, com olhos e ouvidos privilegiados, fez a cantora definir o objetivo do projeto. “Max disse que eu aparentava estar entre Clara Nunes e Beth Carvalho. E perguntou se era esse o caminho que eu queria seguir. Sim, era. Então, ele disse: ‘Vamos fazer a sua verdade vir à tona.’ Até então, nunca um produtor havia me dito isso”, conta a cantora.

Além de diretor artístico, Zeca Pagodinho tem letra e voz no álbum “Meu Samba”. Na gaveta há 40 anos, “Luz da Saudade” ganhou música de Moacyr Luz, uma parceria que vem se consolidando cada vez mais. Já a voz de Zeca entrou no álbum aos 45 minutos do segundo tempo, como participação especial, em “Foi um sonho”, de Nelson Rufino.

O artista da imagem Gringo Cardia, profissional multimídia de fama internacional, assina o conceito visual do álbum. Responsável por clipes e capas de discos marcantes na indústria fonográfica brasileira, ele já trabalhou com personalidades como Tom Jobim, Xuxa e Cássia Eller. Neste álbum, o multiartista transmite a imagem de Karinah como mulher do samba que ela é, na essência de uma diva vestida para o palco. E há também uma intencional mensagem de sustentabilidade em fotos originais, de fina produção, feitas em carros alegóricos no barracão da Mangueira, escola de samba com a qual Karinah tem ligação afetiva – além de já ter participado, como concorrente, do processo de escolha de samba-enredo, a cantora mantém projetos sociais que contemplam a comunidade. Cada música ganhou uma imagem. O projeto gráfico tem, portanto, dez capas. 

A imagem é de Priscila Prade.

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