
O Salgueiro fez história na Marquês de Sapucaí ao transformar a avenida em um verdadeiro portal sensorial. Pela primeira vez, a tradicional passarela do samba recebeu a técnica de visual mapping, uma inovação tecnológica que elevou o impacto da narrativa do enredo. Com um desfile centrado nos rituais de proteção e na força da fé, a agremiação usou projeções mapeadas para transportar o público a um universo de magia e espiritualidade.
Para criar essa experiência imersiva, 16 projetores a laser foram estrategicamente posicionados ao longo da avenida, nos setores 3, 6, 9 e 10. O efeito visual se desdobrava entre a comissão de frente e o carro alegórico, com projeções que evocavam a simbologia do fogo – elemento ancestral que representa renascimento, energia vital e força espiritual.
Por trás dessa revolução está JOTA P, VJ que acumula mais de duas décadas de experiência e um portfólio de peso, com projeções no Rock in Rio, em grandes eventos esportivos e até no Cristo Redentor. Agora, ele levou sua arte para o Carnaval carioca, criando um diálogo inédito entre tradição e tecnologia.
“Foi uma experiência única e inovadora. O Carnaval é o maior espetáculo da Terra e criar esse conteúdo e ver o público aplaudir na avenida foi muito gratificante, um trabalho que levou meses e poucos testes para acontecer.”
A inovação foi abraçada pelo carnavalesco Jorge Silveira e pelo idealizador e coreógrafo da comissão de frente, Paulo Pinna, que viram na técnica uma ferramenta poderosa para intensificar a carga emotiva do desfile. O resultado foi uma explosão sensorial que arrebatou não só os olhos, mas também o coração dos espectadores.
“Sinceramente, o maior desafio foi fazer todo o conteúdo e entrega com os testes no sigilo absoluto, porque demandou de toda a equipe muito empenho para a informação não ser revelada. Já se torna um diferencial por ser a primeira escola a levar um mapping para a Marquês de Sapucaí, foi criada uma nova tendência e acreditamos que muitas outras coirmãs venham aderir à essa prática, que é bem versátil e pode impactar diretamente no show para o público.”
Com essa ousadia, o Salgueiro reafirmou sua vocação para a grandiosidade e a reinvenção, provando que o Carnaval é um terreno fértil para a fusão entre passado e futuro. A ancestralidade dos rituais de proteção se encontrou com a modernidade do mapping, resultando em um desfile que não apenas contou uma história, mas fez o público vivenciá-la em cada projeção, em cada batida, em cada olhar encantado na Sapucaí. Um espetáculo que, sem dúvidas, já entrou para a história do Carnaval.
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