"Samba Beat": Tunico mistura samba e música eletrônica

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Nesta sexta-feira, dia 19 de novembro, o sambista Tunico, lança seu novo single “Samba Beat” pela Sony Music em todos os aplicativos de música. Tunico que possui 27 anos na música, iniciou sua carreira como percussionista, tendo gravado com Emílio Santiago, Leila Pinheiro, a americana Kelly Rolland no projeto do cineasta Spike Lee. “Tive a ideia de misturar os sons do pandeiro de samba com o beat, que significa ritmo ou batida, e convidei o Dj paulista Guss, sendo o samba um gênero musical de origem africana, angolana, quis fazer uma versão contemporânea do afrobeat à brasileira. É uma experiência musical, meu samba é afro, mensageiro, reverencio o passado, o movimento afrobeat que foi popularizado na África nos anos 70 e saúdo o futuro com tecnologia brasileira, o sambabeat. E não vai parar aí, já estou produzindo outras”, falou Tunico. Os arranjos são do próprio Tunico e a capa do designer afrofuturista, Jefferson Corsi. O afrofuturismo é um movimento cultural que visa recuperar valores dos povos africanos e dos filhos da diáspora, seus valores mitológicos, seus saberes-fazeres-poderes e as tecnologias culturais produzidas pelo povo negro, inserindo a música e a estética negra.

A partir deste trabalho, Tunico passa a assinar sem o “da Vila”, nascido e criado no bairro de Vila Isabel, na zona norte carioca, Tunico que faz parte da ala de compositores da escola Unidos de Vila Isabel e falou sobre a mudança do nome artístico: “minha base musical é o candomblé onde comecei a cantar aos 13 anos de idade, possuo o cargo de mestre de canto no candomblé de Angola, e a escola de samba Unidos de Vila Isabel onde passei por todos os naipes de instrumentos da bateria e colaborei durante mais de vinte anos. Tenho uma gratidão enorme por essas duas instituições, que me formaram musicalmente. A troca do nome é porque sigo a filosofia africana, e chegou o momento de ir para o mundo, físico e espacial, de levar meu samba brasileiro para outros lugares. Tunico é meu nome afetivo, Tunico sou eu, que sou de todos os lugares, nômade, dos mares de lá e daqui, da África, do Rio, de Vitória, de Angola e do mundo”.

Tunico foi indicado ao Prêmio Profissionais da Música 2020 e 2021 na categoria Criação na modalidade artista de samba, é palestrante de culturas negras, participou da Jornada da Universidade do Uruguai sobre Arte Popular de 2020, do seminário Quero, Quero Culturas Negras que ganhou o Prêmio de Direitos Humanos Inova Afro 2021 e coordenou o Programa de Residência Artística Casa de Bantus com artistas do Rio de Janeiro e do Espírito Santo. Alcançou 5 milhões de streams nos principais aplicativos de música com o single da releitura de “Quero, Quero”, um sambarap que contou com as participações de BK, Rashid, Rappin Hood, Dexter, Kamau, Melaninas Mc e Martinho da Vila em 2020.

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