Martinho e Tunico da Vila juntos em seminário online sobre antirracismo na música

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O seminário online gratuito “Quero, Quero Culturas Negras” apresenta conteúdo com diálogos, palestras e performances de artistas e pensadores negros na música, da área acadêmica e cultural, nos dias 24,25 e 26 de fevereiro. A programação acontece no Canal do Youtube do artista Tunico da Vila e faz parte do Edital Artes Integradas da Lei Aldir Blanc que conta com apoio da Secretaria Estadual de Cultura do Espírito Santo e do governo federal por meio do Ministério do Turismo.

Na programação estão a palestra do Embaixador Cultural de Angola no Brasil e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o artista e escritor Martinho da Vila, da Profa. Dra. Patrícia Rufino (Ufes), da psicóloga especialista em população negra Cláudia Sales, intervenções artísticas com o artista Tunico da Vila que possui vivências em países africanos, da rapper capixaba Afari, dos pesquisadores culturais Rômulo Corrêa, da escritora e mestra em Culturas Déborah Sathler e da matriarca do congo Celeuza Sales.

“É um intercâmbio cultural de ideias, entre artistas das culturas negras do samba, do rap, do congo, pensadores, pesquisadores e acadêmicos, e visa contribuir de forma qualificada, com o debate antirracismo.  Como diz a lenda do pássaro quero, quero, que aprendeu a querer duas vezes para si e para os outros, e possui similaridade com a filosofia africana bantu e o conceito de ubuntu, uma pessoa é uma pessoa por meio de outras pessoas, isso inclui solidariedade, cooperação, respeito, acolhimento, generosidade em sintonia para o bem coletivo. Assim como o projeto musical Quero, Quero foi um desabafo coletivo de duas culturas negras irmãs musicais, liberando energias para um mundo melhor, o projeto de artes integradas possui o propósito de circular conhecimentos, saberes e fazeres culturais no ambiente online na pandemia”, falou Tunico da Vila.

“Esse debate acontece num momento fundamental na sociedade, é muito importante estarmos presentes na luta antirracista, uma violência que adoece, gera sofrimento e mata. Como profissional de saúde mental vamos debater o impacto que a pandemia causa nos profissionais negros da arte, incluindo LGBTQIA+”, reiterou a psicóloga especialista em população negra Cláudia Sales. 

O seminário é baseado na obra musical “Quero, Quero” (1977), lançada na ditadura por Martinho da Vila e na releitura da música feita por Tunico da Vila em seu novo álbum “Fases da Vida”. A releitura contou com as participações do grupo de rap feminino capixaba Melanina Mcs, de Rappin´ Hood, Rashid, Kamau, Dexter, BK e de Martinho da Vila. O disco de Tunico da Vila lançado na pandemia alcançou 5 milhões de streamings nos principais aplicativos de música e o videoclipe mostra cenas da cidade de Vitória, como o Mercado da Vila Rubim, a Feira Livre de Jardim da Penha e une duas culturas negras mensageiras, o samba e o rap.

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