Quarto álbum da série Pixinguinha Como Nunca, “Pixinguinha Canção” traz parcerias inéditas do compositor, melodias que ganharam letra e voz, resultado de um trabalho minucioso dos músicos e pesquisadores Henrique Cazes e Marcelo Vianna, também neto do Pixinguinha.
Tudo começou em 2017, quando eles receberam cerca de 50 músicas inéditas de Pixinguinha certificadas pelos pesquisadores do IMS (Instituto Moreira Salles) e agruparam elas em 4 álbuns de acordo com suas caracteristicas. “Pixinguinha Virtuose”, músicas tecnicamente mais sofisticadas, “Pixinguinha na Roda”, as mais comunicativas, “Pixinguinha Internacional”, composições fora de seu habitat musical e, enfim, “Pixinguinha Canção”, músicas que tinham uma vocação para canção, ou seja, para receberem letras, e que fazem parte desse último disco.
“A ideia foi justamente aprofundar o conceito de “Pixinguinha Como Nunca”, chamando pessoas que nunca foram parceiros de Pixinguinha e até que trabalhassem do universo da musica do Pixinguinha. Também procuramos diversidade e aí convidamos: Arnaldo Antunes, Nei Lopes, a argentina Cecília Stanzione, Moacyr Luz, Elisa Lucinda, Salgado Maranhão, universos poéticos diversos, mas que se encaixavam com os estilos das diferentes melodias” – comenta Henrique Cazes.
Embora identificado com o choro, ele mostra nesse álbum que era capaz de compor em diversos gêneros. Além de vários tipos de samba (partido alto, samba afro, samba maxixado, samba canção) o álbum traz modinha e até um tango. “Foi um trabalho artesanal feito com cada parceiro e os arranjos procuram sublinhar cada caminho seguido,
Alguns dos compositores também são intérpretes de suas canções como João Cavalcanti [Partido Alto (Fina Locomotiva)], Paulinho Moska [Modinha (A Dor Traz o Presente)] e Cecília Stanzione (Do Tango ao Amor). Em outras faixas, intérpretes participam como convidados especiais. “Poética (Chuvisco na Telha)”, de Arnaldo Antunes, foi interpretada por Leila Pinheiro, “Seu Modo de Olhar”, de Eduardo Gudin, por Pedro Paulo Malta, “Implorar”, de Elisa Lucinda, por Ana Costa. Nas demais faixas Marcelo Vianna, curador do projeto, interpreta “Ignez”, com letra de Salgado Maranhão, “Me Leva Neném” (Nei Lopes), “Choro das Recordações” (Oswaldo Gusmão) e “Hino do Gouveia Copo e Bola” (Moacyr Luz). O álbum revela ainda uma suíte músicas da opereta “Flor Tapuya” de 1920, ilustrando um insuspeito Pixinguinha nordestino. O coco “Caboclo lindo” que fecha a suíte, recebeu versos de Henrique Cazes resumindo a trajetória de Pixinguinha.
Com esse lançamento, os quatro álbuns do projeto “Pixinguinha Como Nunca” passam a estar disponíveis em todos os aplicativos de música. Pixinguinha como Nunca, genial como sempre.
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